Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Corina, a máquina dançarina

Esta é a minha primeira história infantil. Será contada em posts, numa espécie de folhetim virtual. É uma experiência. Vamos ver no que vai dar! Boa leitura a todos e todas!

As crianças criam um mundo particular. Nele, tudo é belo, mágico, encantador. Navegue nessa magia. Conheça a história de Corina, a máquina de lavar roupas. Uma dançarina que, por muito tempo, fez parte dos sonhos do menino Felipe. Solte a imaginação e descubra a beleza da fantasia infantil.

- Vuuum, vuuum, vuuum, vá, vá, vá. Vuuum, vuuum, vuuum, vá, vá, vá. Vou deslizando a sua roupa esticar.
- Zig, zig, zag, zig, zig, zag, vencendo as ondas quero a roupa alisar.
- Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, siiiiiiii, siiiiii á, toco na água e começo a chiar.
Corisco ficava cheio de energia, às vezes tão elétrico, tão quente que nem brasa, todas as vezes que era chamado para ajudar na tarefa de deixar as roupas do pessoal da casa bem lisinhas. Trabalhar, para Corisco, era pura diversão. Quando a mãe do Felipe, garotinho de um ano e dois meses, que mal balbuciava alguns sons, ia passar as roupinhas dele, dela e do pai dele, geralmente ligava o televisor. Por uma daquelas coincidências que ninguém sabe explicar, quando o Corisco ficava sozinho tomando mais calor, para as roupas ficarem mais macias, as reportagens da televisão eram sempre sobre surfistas.
Eles venciam desafios, pegavam ondas cada vez maiores. Brasileiros, americanos, australianos.... Corisco se deliciava....

Até amanhã com mais uma part da história de "Corina, a máquina dançarina".

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