Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A festa (Segunda parte)

- Nêga, tu não viu a Luzia?
- Não sinhô, seo Juvenal.
- Maria, cadê o Antônio. Adonde ele foi com a minha filhinha?
- Acho que eles foram dar uma olhada na lua. Ela está tão bonita!
O velho perguntou de um e de outro. Ninguém dava notícias da dona da festa. Desconfiado, resolve fazer uma busca no quintal.
- An... to... niooooooooooo.
- Luzia deixa que eu te faça mulher agora?!
Luzia já estava perto do gozo, apenas com os carinhos do namorado. Ela ainda não tinha se submetido a tão demorados momentos de carícias, estava sem forças para resistir aos anseios da carne.
Em meio aos gemidos e afagos, vão se despindo e preparam-se para a batalha do sexo. Os raios da lua varavam a copa das árvores e atingiam o rosto ardente de Luzia. Era um momento sublime para aqueles dois jovens apaixonados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário