Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sábado, 30 de outubro de 2010

O limite da coragem (Final)

Aquele, porém, saiu acompanhado. Eu estava na sala de jantar e vi quando o Alfredo passou, já com a bermuda no meio das pernas, toda suja no fundo. Não passa 20 segundos no banheiro e sai, tropeçando na bermuda e quase caindo por cima da mesa.
- Sooooooooccccccccooooooooroooooooooo!
Soltou um berro que toda a cidade deve ter escutado. A diarréia transformou-se em vazamento ali mesmo. Olhos esbugalhados, o Alfredo não conseguia falar. Abria boca e apontava para o banheiro, sem conseguir emitir nenhum som.
Entrei no banheiro e vi uma barata se debatendo na água do vaso sanitário. Foi aí que percebi até aonde vai a coragem de um homem.

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