Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sábado, 21 de janeiro de 2012

Amor e sexo


Misturar amor e sexo
É uma tremenda babaquice
Amor é sentimento,
Substantivo abstrato
Sexo é concreto,
Começa e termina no ato.
Não depende da igreja
Nem de cartório civil
Aprisioná-lo ao casamento:
Ninguém sabe, ninguém viu.
Se tiver mais de dois
É um Deus nos acuda
O povo chega a chamar
De trio pra frente: suruba.
Amor é querer bem
E não pedir nada em troca
Mas não nego: penso em sexo
Cada vez que tu me tocas.
Meu corpo vira vulcão
Explode, fica em brasa
Então me meto a procurar
A portinha da tua casa.

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