Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Prazer


Quem disse que o trabalho dignifica o homem
Nunca sentiu o prazer
De horas e horas de lazer.
Ao lado de pessoas queridas.
Amor não é só vuco, vuco
Mão naquilo ou aquilo naquilo
Muito menos UFC de línguas
No octógono da boca.
Amigos e amigas em um bar
Isso sim é amar.
A boa comida, a doce bebida.
A saborearmos o bom da vida
Sem hora para começar
Menos ainda para acabar.
Uma piada, uma careta
Sorrisos, conversas em voz alta
Músicas gritadas em conjunto
Com pouca de afinação
Vale a forte emoção
De celebrar o amor
Ao lado de pessoas queridas
Pelo simples prazer
De ter a atenção do outro
Num jogo de sedução
Entre o correto e o maroto
Um brinde à paixão que nos une
Nem que seja por uma única vez na vida.

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