Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quarta-feira, 27 de março de 2013

Distância


Não pense que a distância
É capaz de separar quem ama
Quando o amor não é só cama
Mais forte é a constância.
Longe vem a saudade
E as lembranças do que fizemos
Por mais que haja maldade
Não nos destruiremos.
Amo-te mais que a mim
Com a força do meu corpo inteiro
E não há tesouro nem butim
Que termine um amor verdadeiro.
É dona do meu coração
E de todos os meus pensamentos
Vivo em eterna aflição
Penso em ti a todo momento.
Que seja assim, intenso
E dure o quanto Deus quiser
Tomara que esse sentimento intenso
Transforme você em minha mulher.
Se o destino, porém
Tiver brincado comigo
Erguerei as mãos, direi amém
Mesmo que vire apenas teu amigo.
Serei capaz de te amar de longe
Esteja onde eu estiver
Pois esse amor só se expande
Ao infinito, assim Deus quer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário