Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sábado, 23 de março de 2013

Eterna


Será, meu Deus, sempre eterna
Essa saudade que sinto de você?
Horas a fio meu sono hiberna
Louco de vontade por poder te ver.
Sei que não posso a cada minuto
Como quisera, fosse toda hora
O coração salta pulso a impulso
Todas as vezes que você vai embora.
Já não consigo suportar o tempo
E esse vazio da tua ausência
Será castigo viver na saudade
Cada momento da minha existência?
A tua pele implora louca pela tua
Arranco as roupas, toda, tua, nua
Tenho visões, acessos de loucura
Sentir tua falta é minha tortura.
E tonto vivo com o filme que passa
Cada segundo tudo volta à mente
Esse amor só cresce e ultrapassa
Qualquer limite, devo ser demente.
A cada dia redobro a esperança
Que se eterniza na minha lembrança
Viver contigo essa cumplicidade
Para o todo, até a eternidade.

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