Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sábado, 30 de março de 2013

Sempre


A Divindade me deu você
E ao te entregar a mim fez um pedido
Cuide, ame-a e a proteja sempre
Mesmo que seja em "amor proibido".
As coisas do coração, disse a Deusa
Não devem ser entendidas
Quando entrego uma joia como dei a vocês
É para ser lapidada calmamente e apenas vivida.
O nunca, o jamais e até mesmo o sempre
Revelam promessas de um amor eterno
Que seja profundo o suficiente
Para durar de um verão a um inverno.
Mas que deixe em nós uma saudade
Capaz de renová-lo a cada estação
Só nós podemos torná-lo tão forte
Para vencer qualquer situação.
Viver longe de ti é uma tortura
Pensar em te perder é mais terrível
Até quando manteremos a loucura
De sustentar esse amor impossível?
Paixão, desejo, sexo e tesão, disse a Divindade
Não dependem do estado civil
Mas como suportar tamanha dor
Quando junto a tudo isso ainda vem o amor?
E um amor que só aprendeu a crescer
E que cresce mais a cada segundo
Como suportar te ter longe de mim
Se agora és meu tudo, meu mundo?

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