Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Destino


É lindo deixar que o destino
Se encarrega de nós
Que nos faça ficar juntos
Quando menos pensamos ficar a sós.
É maravilhoso não fazer planos
Apostar na força do nosso amor
E ter a cada segundo uma surpresa
A arrancar do teu sorriso toda a beleza.
És da natureza o encanto
Tens a magia no largo sorriso
Em ti descobri o paraíso
No nosso inacreditável espanto.
Espanto por conseguirmos
Em meio a um furação
Manter e não destruirmos
A chama da nossa paixão.
Que só cresce a cada dia
E transforma em amor
Tudo o que era fantasia
Passa a ser tão intenso
Que, às vezes, até penso
É fogo e infinito esse ardor.

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