Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Não cansa

Não cansa,
Não passa essa vontade
Corrói tua saudade
Meu corpo dá sinais.
Você de mim não sai
Dona das lembranças
Razão das minhas esperanças
Do sonhos de ser feliz.
Meu céu, minha raiz
Do solo tiro o alimento
No solo te jogo para o sustento
Das minhas fantasias
De tê-la, um dia, toda minha.
Inteira.
Completamente.
Ente.
Dona do meu ser
Que não se cansa
De te querer.
De te ter
Sôfrega!
Lúdica
Lúcida
Doida.
Louca, loucura de se entregar.


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