Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

terça-feira, 25 de junho de 2013

Meus rituais

A vida é feita de acasos
Em muitos quebrei a cara
Em um, o mais importante
Encontrei você, minha joia rara.
Dobro os joelhos diante de Deus
Rogo, em eterna prece, por nós
Pelo olimpiano amor que é de Zeus
Manifesto em gemidos de vós.
Nosso amor cresce em cada torpedo
Vencemos a dor, o pavor, o medo
Mesmo que o mundo venha a nos condenar
Não desistiremos de um ao outro amar.
Você é meu sangue, o ar que respiro
Se te perder, enlouqueço e viro
Um zumbi, a vagar pelos cantos da vida
Sem conseguir suportar a ferida.
Teu corpo é o altar dos meus rituais
Quanto mais rezo, mais preces ensejo
Em sacrifício, sou oferenda a mais
Para suprir, um a um, teus desejos.


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