Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Mim e tu

Vivo a te desejar
Como se não te desejar fosse possível
Incrível e me descobrir a te amar:
Algo do campo do impossível.
Talvez tenhamos saído das novelas
Das entranhas da Távola do Rei Arthur
Tristão e Isolda se envergonhariam
Se conhecessem a história de mim e tu.
Há algumas jardas daqui
Nasceram Romeu e Julieta
Se Shakspeare nos conhecesse
É possível que os dois não morressem.
Ele nos mataria, a nós
Após uma vida de dores
Para provar verdade atroz:
Não há vida só de amores.
E o que fazemos nós a sonhar?
Que seremos capazes de vencer tudo
Se mal posso te tocar
Sempre às sobras ou no escuro!


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