Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Odores do Planeta

Sinto o teu cheiro em cada canto
A espraiar-se em acalanto
Sublime odor (pessoal) do Planeta
Em gotas, brota do fundo da tua...
Imagem de santa, deusa e mulher
A, no cio, mostrar que me quer
Da tua Bolsa de Valores
Extraio teus naturais odores.
Lascívia loucura de quem ama
Em cima ou ao pé da cama
Até no chão, a nos arrastarmos
Aos lugares mais bizarros.
Levados, somos, pelos cheiros
Dos corpos, dos nossos travesseiros
Bendito desejo que nos guia
Às essências da magia.

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