Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

domingo, 4 de outubro de 2015

Assombro

És a fonte dos meus desejos
Dessa louca vontade dos teus beijos
Macios toques pelo corpo
Mãos a deslizar pelo teu rosto.
Boca a tocar na tua boca
Nesta sensação louca
Exorbitante vontade
Controlada pela saudade.
Se existia controle dos urros
Foi completamente perdido
Ao ouvir os teus sussurros
Ao pé do meu ouvido.
Meu gozo se expõe assim
Jorra na tua flor de jasmim
Descansa na paz do teu ombro
Por mais que isso seja um assombro.


Nenhum comentário:

Postar um comentário