Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

domingo, 20 de dezembro de 2015

Apelo

Não me deixe assim, tão sozinho
Sem o teu amor, seu o teu carinho
Sou capaz até de enlouquecer
Com esta plena ausência de você.
Teu silêncio corta, penetra a fundo
É capaz de fazer desabar meu mundo
Nem o SMS, nem mesmo um bom dia
Destroça tudo o que tenho de alegria.
É como se a vida perdesse o sentido
Sentir que até de longe não estás comigo
O que fazer para tirar esta dor do peito
Quando a saudade não deixa outro jeito?
Volta, pelo menos por mensagem
Para que eu possa ter a tua imagem
Nem que seja por uma mensagem de voz
Preciso te sentir como parte de nós.


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