Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

De vez

A boca se enche de água
Salivo sem conseguir cessar
Um desejo em mim se propaga
É a vontade louca de te amar.
Preciso controlar a ansiedade
E dominar a tal de saudade
Que faz a boca salivar
Quando penso em me entregar.
Aos teus carinhos e beijos
Há um turbilhão de desejos
Força que me fascina
Desejo que me domina.
E toma conta de mim
Deixa-me inteiro assim
Dos pés à cabeça teu
Teu corpo é todo meu.
Na boca, teu gosto compreende
Cada parte de mim que se acende
Divino amor que nos fez
Escravos um do outro, de vez.


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