Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

domingo, 17 de janeiro de 2016

Templário

Meu cordel é dilacerado
Faço poema licenciado
Quando pareço revolucionário
Estou preso em um Templário.
A contemplar o teu corpo nu
Como se adora imagem de santa
Com um olhar intensamente cru
De quem deseja e nunca se cansa.
Nesta Cruzada eu te protejo
Ao mesmo tempo que te desejo
Na guerra santa pelo amor
Não há vitória sem haver dor.
Só se constrói, quando se destrói
Um velho amor, para um novo erguer
Nosso amor não terá herói
Se um antigo herói não ficar a sofrer.


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