Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Cenas

Recordo nossas cenas
Como se fosse um filme
E não sinto apenas
Imagino que me chames.
Sem que chames, vou
Por isso aqui estou
A pedir, a implorar
Uma forma de te amar.
Para repetir nossos sussurros
Nossos gritos e urros
No meio daquela cama
Sei o quanto me amas.
Por te amar eu grito
Aos gritos até sofro
Mas neste amor insisto
Talvez eu esteja louco.
Louco assim quero estar
Cada vez que te tocar
E os teus lábios sorver
Para nunca te esquecer.


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