Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

domingo, 27 de agosto de 2017

Labirinto

Tenho espasmos de saudade
Sem vencer a realidade
Que é estar aqui sozinho
Sem sentir o teu carinho.
Nem te ter ao meu lado
Sobrevivo sem te tocar
Com lembranças do passado
De como foi bom te amar.
Ter teu corpo colado ao meu
Do jeito que você prometeu
Mas, agora, só o que sinto
É um infindável labirinto
Trilhas a percorrer
Sem saber como te ter.
Caminhos que já não sei
Se ainda percorrerei
Quero estar ao teu lado
Não posso viver só de passado.


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